‘A dor tá insuportável’, diz pai de segurança do ES sequestrado por traficantes em Cabo Frio

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Reprodução/TV Gazeta

A angústia é do aposentado Eliezer Bonaza Teixeira, pai do capixaba Éder de Moura Teixeira, de 32 anos, um dos seguranças desaparecidos após terem sido sequestrados e torturados por traficantes em Cabo Frio. A família mora em Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo.

A esposa de Éder está em Cabo Frio para acompanhar de perto as investigações da polícia. A filha de cinco anos do casal está sob os cuidados dos avós. “A gente não sabe o que tá acontecendo. Ficamos só aguardando, nessa angústia”, falou o irmão Júnior Moura.

“Eu quero uma resposta, uma solução, pra que a gente fique aliviado dessa dor que tá insuportável.”

Os três seguranças desapareceram na noite de sábado, dia 27. Segundo as investigações, crime teria sido cometido por traficantes da Comunidade do Lixo, no bairro Manoel Correia, que confundiram os homens com milicianos. No local, foram torturados. Uma das vítimas, o também capixaba Douglas Gonçalves, conseguiu fugir.

Foi Douglas que, segundo a família, levou Éder para trabalhar em Cabo Frio na área de segurança particular. O terceiro segurança, que ainda está desaparecido junto com Éder, é Luiz Paulo dos Santos França, de 31 anos, natural da Bahia.

Éder trabalhou por oito anos como entregador de gás em Baixo Guandu. Há dois meses, se mudou para trabalhar com Douglas, que já tinha uma empresa de segurança em Campos dos Goytacazes (RJ) há cerca de três anos, mas resolveu ir para Cabo Frio.

A mãe de Éder, dona Maria de Moura, contou que na última ligação que o filho fez para ela, na quarta-feira (24), ele reclamou da vida no local e disse que queria voltar para casa. Essa, agora, é a maior vontade dela.

“Encontrem o meu filho, pelo amor de Deus. Peço que as autoridades do Espírito Santo unam forças com o Rio de Janeiro, que o Exército suba aquela favela do lixo e encontrem meu filho. Meu filho tá lá dentro”, lamentou.

Investigações
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, nesta quarta-feira (31), que já identificou seis suspeitos de envolvimento no sequestro e tortura dos três vigias.

O delegado Sérgio Caldas, responsável pelo caso, disse que os vigias têm uma pequena empresa que faz vigilância noturna não armada e estavam há pouco tempo em Cabo Frio.

Ainda segundo a polícia, os vigias estavam distribuindo panfletos no bairro Guarani, que é próximo à Favela do Lixo. O delegado acredita que os panfletos também chegaram até as mãos dos traficantes.

“Os traficantes não gostaram dessa atividade ali e, na noite de sábado, quando os homens descansavam em um carro, eles foram lá, os renderam e levaram para a Comunidade do Lixo. E lá praticaram a tortura por algumas horas”, disse o delegado.

Matéria G1

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