Amostras da espécie da aroeira para determinação botânica são coletadas em São Pedro da Aldeia

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A Prefeitura de São Pedro da Aldeia, por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Trabalho e Renda (Sagat), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RJ), promoveu mais uma coleta de amostras da espécie da aroeira para determinação botânica, estudo bromatológico e análise química em laboratório.

A coleta foi realizada pelo coordenador do setor de Plantas Medicinais da unidade especial da Fiocruz em Petrópolis, Sérgio Monteiro, durante visita técnica na área de reserva legal do Assentamento Ademar Moreira, no bairro São Mateus. O trabalho tem como objetivo gerar uma marcação de critérios de qualidade para fins comerciais e medicinais e integra uma série de ações em prol do desenvolvimento da cadeia produtiva da aroeira.

Para o secretário de Agricultura, Abastecimento, Trabalho e Renda, Dimas Tadeu, a estruturação de estudos científicos sobre a aroeira é de grande importância para o avanço da cadeia produtiva.

“A ideia é termos um produto de excelência e totalmente legalizado, com toda a certificação de qualidade para atender o mercado. A amostragem das espécies vegetais é um trabalho específico, em parceria com a Fiocruz, onde buscamos obter o respaldo científico para a aroeira. Por ser um produto orgânico, versátil, de alto potencial produtivo e rico em princípios ativos, já existe uma demanda por parte de empresas para adquirir a nossa pimenta rosa, tanto para o mercado de cosméticos, farmacológico e alimentício”, disse o secretário, que acompanhou a coleta no local.

As primeiras plantas coletadas no ano passado já foram catalogadas e se encontram no acervo do herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. No segundo lote coletado, foram recolhidas amostras de flor, fruto e folha, todas acondicionadas em exsicatas. Os materiais também serão depositados no acervo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro para novos estudos botânicos. Os espécimes passarão por revisão das análises químicas, visando a verificação da matéria-prima vegetal, dos extratos e do produto final. O objetivo é reunir o maior número de informações científicas sobre a aroeira, incluindo a descrição das espécies, nomenclatura, composição química, qualidade vegetal, distribuição geográfica e dados referentes ao uso e ao valor econômico atribuído.

“Os trabalhos vão se aprofundar, a coleta será feita sazonalmente e vamos repetir as análises por um período de dois anos para que possamos conhecer os ciclos, saber quais são seus auges e em que mês a planta vai estar com seus teores de princípios ativos em maior concentração. Além disso, tem outra análise que nós queremos fazer que se chama bromatologia, para verificar os nutrientes que estão dentro da planta e, com isso, agregar valor ao produto”, destacou o coordenador do setor de Plantas Medicinais da unidade especial da Fiocruz Petrópolis, Sérgio Monteiro, do Fórum Itaboraí. A próxima atividade de coleta está prevista para o início do mês de maio, quando se inicia a safra principal da aroeira.

Além da identificação botânica, o trabalho vai possibilitar a certificação e a rastreabilidade das espécies vegetais de interesse medicinal, com o objetivo de favorecer o acesso seguro e o uso racional da planta de forma sustentável e com fins comerciais. Os dados poderão ser utilizados como referência a outros estudos científicos e servirão de base, em uma próxima fase do projeto, para a formulação de uma cartilha de boas práticas, contendo informações como as propriedades atribuídas à planta, os protocolos de cultivo e beneficiamento.

As etapas de trabalho em parceria com a Fiocruz, Jardim Botânico, MAPA e Emater-Rio complementam uma série de ações pioneiras com a pimenta rosa em São Pedro da Aldeia. A cidade foi a primeira em todo o Estado do Rio a inaugurar uma unidade de beneficiamento da aroeira, por meio de recursos do Programa Rio-Rural da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Rio de Janeiro/Emater-Rio.

O projeto pioneiro envolveu, ainda, a elaboração de um Plano de Manejo Florestal Sustentável para o manejo e cultivo da planta, aprovado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e a capacitação e certificação dos produtores rurais pelo SENAR-RJ e pelo Programa “Negócio Certo Rural”. Com o projeto “Aroeira Novos Tempos, Novos Rumos”, São Pedro da Aldeia também foi um dos municípios finalistas do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, na categoria Inovação e Sustentabilidade.

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