Ibram retira sinos do Convento Franciscano, em Cabo Frio, para serem restaurados

Os três sinos do antigo Convento Franciscano de Nossa Senhora dos Anjos, em Cabo Frio, começaram a ser retirados do campanário nesta segunda-feira, dia 20, para serem restaurados. A operação de retirada vai até quarta, dia 22, no convento, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1957. 

O projeto de restauração começará a ser elaborado após a retirada dos sinos, que é realizado por um dos maiores especialistas no assunto no Brasil, o sineiro Manoel Cosme dos Santos, ou Manoel dos Sinos, como é nacionalmente conhecido entre os estudiosos da arte sacra. 

O custo da contratação é R$ 26.884, pagos com recursos federais através do Instituto Brasileiro de Museu (Ibram). A operação de retirada é coordenada pelo Museu de Arte Religiosa e Tradicional, e pelo Ibram. Durante a elaboração do projeto de restauração, os sinos poderão ser visitados pelo público no Mart. 

“Em nosso trabalho regular de conservação, que envolve o monitoramento da integridade dos bens expostos à ação do tempo, detectamos o desgaste na estrutura de sustentação dos sinos. Portanto, a medida possui o caráter preventivo, para assegurar a integridade desses bens culturais”, explica a diretora do Mart/Ibram, a professora Carla Renata Antunes de Souza Gomes.

O sino de menor porte pesa 75 kg e tem a nota musical predominante FÁ; o de porte médio pesa 350 kg e tem a nota musical predominante SI;, enquanto o de porte maior pesa 980 kg, tem uma cruz desenhada em alto relevo e a nota musical predominante é RÉ. 

Carla Renata explica que a complexidade do processo de restauração exige que ele seja fracionado em várias etapas, por envolver peças cujo peso individual pode chegar a uma tonelada. 

Segundo a diretora do Mart/Ibram, o contato mais próximo com os objetos sacros também é uma oportunidade para que os técnicos obtenham informações, já que muitos sinos trazem o nome do responsável e a data da fabricação registrados na estrutura. No campanário, o acesso é difícil e impossibilita os pesquisadores identificarem a existência de dados. 

Segundo o Ibram, o trabalho é complexo e envolve a proteção da fachada do antigo Convento e do alpendre (cobertura), o destelhamento do campanário para o içamento dos sinos maiores e o transporte dos três sinos retirados para o interior do museu, além do diagnóstico do estado de conservação das peças, que auxiliará a construção do projeto de restauração. 

História do Convento Franciscano

A estrutura começou a ser construída em 1686 e as atividades religiosas dos frades franciscanos no local iniciaram em 13 de janeiro de 1696. 

Com a criação do Museu de Arte Religiosa e Tradicional, em 1968, por meio de convênio com a Arquidiocese de Niterói, o Governo Federal assumiu a gestão do espaço com enfoque na sua preservação e difusão, de acordo com o Ibram. 

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