Inquérito sobre caso de professor humilhado em sala de aula é concluído e encaminhado ao MP

O inquérito sobre o caso de humilhação do professor Thiago dos Santos Conceição, de 31 anos, foi concluído na noite desta quarta-feira (27), em Rio das Ostras.

O delegado Carmelo Santalucia ouviu os seis estudantes envolvidos. O maior de idade pode ser denunciado por constrangimento, desacato, dano ao patrimônio público e corrupção de menores. Já os menores de idade podem ser submetidos a medidas socioeducativas por atos infracionais análogos a esses crimes.

Segundo o delegado, o caso foi encaminhado ao Ministério Público na manhã desta quinta. Os menores de idade foram encaminhados para a Vara da Infância e da Juventude.

O crime foi constatado dentro de sala de aula depois que um vídeo gravado pelos alunos do Ciep Municipal Mestre Marçal circulou pelas redes sociais e ganhou grande repercussão.

O professor Thiago prestou depoimento no sábado (22) e as intimações começaram a ser distribuídas na segunda. Depois de ouvir a vítima, a polícia incluiu injúria racial na lista de crimes cometidos contra Thiago.

O professor disse que chegou a pedir ajuda durante o momento das agressões.

“Um dos vídeos mostra eu pedindo ajuda na porta, sendo que ninguém me ouve, ninguém vem falar comigo. Eu recolho o meu material e vou à direção. Nessa escola, em especial, diretor fica responsável pela parte administrativa. Nunca recebi a visita de nenhuma diretora em sala de aula”, lamentou.

Depois do episódio, Thiago pediu afastamento porque não tinha condições de voltar a dar aula para os jovens.

“Eu desejo continuar com a minha profissão, mas temo pela minha vida”, destacou ele, que chora ao lembrar do episódio.

Thiago tem a consciência de que não é um caso isolado e que outros professores no Rio de Janeiro e em outros estados passam por situações semelhantes a dele.

“Eram constantes as agressões, mas a gente sempre acha que vai resolver com diálogo”, destacou o professor, que leciona há dez anos.

Os pais dos alunos envolvidos se desculparam e disseram que os filhos se arrependeram. Os jovens também chegaram a postar vídeos nas redes sociais se desculpando.

O professor disse que acredita na sinceridade das desculpas, mas lamenta por não ter conseguido promover uma mudança nos jovens.

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