Mergulhador profissional encontra hélice de um avião caça que pode ter sido usado na Primeira Guerra Mundial

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Jorginho de Paula é mergulhador profissional e tem o privilégio de lidar com as belezas marinhas de Arraial do Cabo, que mantém em suas águas um dos mais completos biomas marinhos do mundo, também por influência do fenômeno da “ressurgência”, corrente marítima oceânica que liga o litoral cabista à patagônia chilena. Ele só não esperava encontrar uma raridade no fundo do mar. Contratado por um empresário para resgatar uma embarcação no fundo do mar, o mergulhador se deparou com uma hélice, que pode ser de um avião caça usado durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Jorginho, acompanhado de mais dois integrantes da “equipe de resgate” – Mateus e Assis – se assustou quando encontrou o objeto, há 17 metros de profundidade, ao norte da região conhecida como Boqueirão. “Foi umas 6h da manhã. A gente estava fazendo o resgate da peça de uma embarcação o que foi perdida de uma escuna, e aí encontrei a hélice. Chamou a atenção que era uma peça estranha, que nunca vi, e o rapaz que trabalha comigo acessou a internet para fazer uma consulta. Eu pensei, ou é de avião ou de navio. Aí ele descobriu que era de avião. Foi aí que percebi que era algo importante e comuniquei a Capitania dos Portos, que enviou perito, mecânico e constataram que era peça de avião de caça e que era da 1ª Guerra Mundial”, contou Jorginho.

O mergulhador disse ainda que o resgate da hélice foi feito com o apoio de representantes da Marinha e do Ibama, de modo a causar o menor impacto ambiental possível. A peça pesa em torno de 300 quilos e foi levada para a Praia dos Anjos. As autoridades militares definirão o destino da hélice.

NÃO É O PRIMEIRO CASO ENVOLVENDO EQUIPAMENTOS DE GUERRA EM ARRAIAL

Não é a primeira vez que a história de Arraial do Cabo se confunde com a história dos dois maiores conflitos mundiais. O livro “K’36, O Zeppelin que caiu no Cabo”, de Leandro Miranda (Sophia Editora), lançado em março de 2017, por exemplo, conta a história do dirigível americano que sofreu um acidente em Arraial do Cabo e caiu em um morro da Ilha do Farol, em 17 de janeiro de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial.

“Ali era uma zona de passagem para um hangar que fica até hoje em Santa Cruz (no RJ). O dirigível ficou perdido no meio do nevoeiro e, de repente, já estava em cima do morro. Apesar do impacto, apenas dois dos dez tripulantes ficaram feridos levemente. O grande susto, contudo, não teve a devida documentação pelas autoridades norte-americanas e brasileiras na época”, disse o autor na época do lançamento do livro, que aconteceu durante a Semana Teixeira e Souza, em Cabo Frio.

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