Mulher de 58 anos aprende a ler e escrever em projeto social em Maricá: ‘é a maior felicidade da minha vida’

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Aos 58 anos de idade, dona Regina Célia Pereira decidiu voltar aos estudos para aprender a ler e a escrever. Com apenas uma semana, ela já consegue identificar as letras do alfabeto e até formar algumas palavras.

“É a maior felicidade da minha vida! Eu sempre tive vontade de estudar, mas pensava que eu nunca ia arrumar uma pessoa pra me ensinar”, contou a dona de casa.

Dona Regina sofre com ataques epiléticos e por isso abandonou a escola quando era criança.

“As crianças ficavam com medo de mim, por isso minha mãe me tirou da escola para não atrapalhar eles. Não tínhamos como pagar alguém pra me ensinar. Eu nunca pude nem trabalhar fora, minha vida era só ficar dentro de casa com mamãe”, disse.

A professora voluntária Paula Lopes diz que o desempenho da aluna é satisfatório.

“A dona Regina é muito esperta e pega as coisas muito rápido, então está sendo bem fácil. A gente conversa, é como se fossemos amigas”.

As aulas acontecem na Associação de Moradores da comunidade Bairro Amizade, na região central de Maricá. O local oferece reforço escolar e aulas de alfabetização para crianças da comunidade. São 17 alunos, além da dona Regina.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de analfabetismo no Brasil era de 6,6% da população em 2019, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação, divulgada em julho de 2020. O índice representa cerca de 11 milhões de analfabetos. São pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do IBGE, não conseguem ler e escrever.

Mas o sonho da dona Regina está se tornando realidade graças ao trabalho da Associação.

“Tem um mês que a gente começou o reforço escolar. Aqui na comunidade tem criança que nem sabia o alfabeto. Ler muda completamente a vida de uma pessoa”, diz a professora.

A Associação de Moradores foi inaugurada no dia 19 de abril e é dirigida pela Suellen Cunha, uma assistente social muito conhecida na comunidade. Além de alfabetização, o espaço oferece, toda quinta-feira, orientação jurídica com um advogado. O local também tem aulas de artesanato, atendimento psicológico e outras atividades.

“Eu já fazia um trabalho social aqui na comunidade e tinha vontade de fazer um trabalho específico. Foi aí que minha mãe nos cedeu a casa dela, e eu já tinha um projeto inicial para trazer para a comunidade. Aqui as crianças têm atendimento com psicopedagoga e psicólogas também”, explica Suellen.

A Associação também arrecada roupas para doar aos moradores que precisam. Outro trabalho feito pela associação é auxiliar na emissão de segunda via de documentos. Em breve, o local vai contar também com veterinários para castração de animais.

“Além disso, quando a pandemia passar, vamos trazer atividades de esporte, lazer e cultura também”, conta.

Fonte: G1.com

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