Mulheres fazem ato simbólico em frente ao Hospital da Mulher, em Cabo Frio, após mortes na unidade

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Um grupo de mulheres se reuniu em frente ao Hospital da Mulher em Cabo Frio,  na tarde desta quinta-feira (24) para realizar um ato simbólico de conscientização sobre a violência obstétrica e reivindicar os direitos das gestantes.

A ação foi realizada no mesmo dia em que uma auditoria interna foi anunciada pela Prefeitura para apurar mortes na unidade.

O grupo colou cartazes na frente do hospital e distribuiu panfletos e adesivos para orientar outras mulheres sobre o assunto.

Entre as reclamações, está o pedido de que sejam cumpridas as leis que dão direito ao parto humanizado, lei das doulas e lei do acompanhante. O ato aconteceu durante o horário de visita das pacientes.

A Associação de Doulas do Rio de Janeiro participou do ato e informou as mulheres que entravam no hospital sobre a episiotomia, que é o corte feito entre a vagina e o ânus. De acordo com médicos, para facilitar a saída da criança no parto normal. Segundo a associação, a episiotomia já é proibida e considerada uma violência obstétrica.

As doulas são profissionais treinadas e capacitadas para acompanhar as mulheres durante a gestação e o parto. A função delas é dar suporte durante a gestação, pré-parto, parto, pós-parto e puerpério, que é o período desde o parto até que os órgãos genitais voltem à forma que eram antes da gestação, com a finalidade de promover o bem-estar neste período.

Ainda segundo a associação, seis bebês morreram no Hospital da Mulher na semana passada.

“Quantos mais vão ter que morrer? Basta! Queremos nossas mães e bebês vivos!”, diz um dos cartazes.

O Hospital Municipal da Mulher é a única emergência obstétrica e maternidade pública da cidade, funciona 24 horas por dia e atende demandas de toda a região, com equipe médica completa, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais e psicólogos de plantão, além de uma unidade intensiva especializada para bebês prematuros com neonatologista.

Desde 2015, o hospital é alvo de denúncias de negligência médica e mal atendimento. Em 2017, por exemplo, uma família acusou a unidade de falta de um acompanhamento pré-natal adequado após morte de bebê com 38 semanas de gestação.

Auditoria
De acordo com o município, um grupo formado por médico, enfermeiro e auditor do setor de controle e avaliação da pasta vai analisar todos os 1069 prontuários de atendimentos do Hospital da Mulher feitos desde 1º de janeiro deste ano.

Será levado em conta todo o atendimento prestado às pacientes na unidade, desde a recepção até o momento em que ela vai para casa. Em seguida, será feito um relatório que será avaliado internamente para nortear as medidas que serão tomadas em todo o acompanhamento gestacional e no atendimento no Hospital da Mulher.

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