Secretário de Saúde de Cabo Frio é ouvido em CPI na Alerj que investiga mortes de bebês no Hospital da Mulher

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O secretário de Saúde de Cabo Frio, Dr. Marcio Mureb foi ouvido como testemunha nesta terça-feira (16) em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga mortes no Hospital da Mulher.

Mureb respondeu diversas perguntas dos deputados sobre as mortes de bebês na unidade. De acordo com a presidente da CPI, deputada Renata Souza (PSOL), o número de mortes em 2019 no hospital já chega a 18.

O secretário foi questionado sobre quais ações estão sendo feitas para apurar as causas das mortes já ocorridas.

Marcio Mureb disse que está tentando identificar as causas por meio de uma sindicância.

O secretário teve um posicionamento diferente da nova diretora, a médica Tânia Lydia Matosinhos Lowen Pires, que atribuiu as causas das mortes à falta de pré-natal.

Já Mureb, disse que ainda não dá para atribuir as mortes a uma apenas uma causa.

“Não podemos dizer que a morte aconteceu por um fato só, ela é multifatorial. Havia na gestão anterior um discurso de que a gestante era a causadora daquele problema diretamente. E não é isso ela é uma vítima. Por isso, nosso principal objetivo hoje é humanizar o protocolo de atendimento”, disse o secretário em depoimento na Alerj.

O médico explicou que assumiu a secretaria em setembro passado e deu detalhes das dificuldades herdadas dos governos passados, como a falta de insumos, medicamentos, ambulâncias e até de profissionais.

A deputada Renata Souza lembrou que os prontuários das gestantes foram solicitados à unidade desde o início da comissão e até esta terça-feira não foram entregues.

De acordo com a presidente da CPI, Mureb alegou sigilo profissional para a não entrega dos prontuários.

Além do secretário de Saúde, três enfermeiras e uma funcionária responsável pela área de limpeza do hospital também foram ouvidas. Os turnos de equipes, casos de infiltrações na estrutura e o índice de infecções hospitalares estavam entre os assuntos discutidos.

A CPI também tenta entender se as condições da unidade podem ter relação com as mortes.

Ao final das oitivas, a presidência da CPI reforçou o pedido de acesso aos prontuários e recomendou que a comissão de óbito do hospital se reúna a cada 15 dias.

De acordo com a Prefeitura de Cabo Frio, durante o depoimento, o secretário se comprometeu ainda a apresentar todos os documentos solicitados pela CPI e informou que acatará as recomendações feitas pelos membros da comissão.

O município disse ainda que médico vai enviar relatórios mensais à CPI com as modificações administrativas que visem melhorar a qualidade no atendimento no Hospital da Mulher.

A próxima reunião da CPI será no dia 25 de abril, às 13h.

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