Nos últimos meses, a oposição ao governo federal tem usado o déficit fiscal das estatais brasileiras, registrado entre janeiro e novembro de 2024, como um ponto de ataque à gestão do atual governo na tentativa de desacreditar as políticas econômicas da administração pública. No entanto, para além dos números brutos, é essencial entender o contexto econômico que sustenta essas cifras e como o governo do Presidente Lula tem trabalhado para garantir a estabilidade econômica e o desenvolvimento sustentável do país.
Primeiro, é importante entender que o déficit mencionado se refere a um conjunto restrito de estatais, excluindo empresas de grande porte como a Petrobras e bancos públicos. Essa metodologia de cálculo, ao isolar as grandes corporações, leva a uma visão distorcida da situação fiscal das estatais brasileiras, sugerindo uma crise que, na verdade, não reflete a totalidade das empresas estatais no Brasil. A análise precisa ser feita de forma mais ampla, levando em consideração tanto os resultados negativos quanto os investimentos públicos realizados em setores essenciais para o futuro do país.
Esse investimento, em particular, tem sido uma característica marcante da gestão atual, que tem se concentrado na modernização da infraestrutura econômica e na promoção de um crescimento sustentável a longo prazo. Em 2023, as 123 estatais federais produziram uma riqueza de R$ 627,1 bilhões, o que corresponde a 5,75% do PIB nacional. Esses números demonstram a importância das estatais para a economia brasileira, muito além de um simples déficit fiscal que pode ser registrado em um único período. É preciso olhar para os investimentos feitos nessas empresas, que são essenciais para a construção de uma infraestrutura mais robusta e competitiva, capaz de alavancar o desenvolvimento de diversas áreas da economia.
A comparação que tem sido feita entre os resultados das estatais em 2021, durante o governo Bolsonaro, e o atual desempenho, com déficit em 2024, é uma tentativa clara de manipular a percepção pública e distorcer a realidade econômica do país. Essa abordagem ignora fatores fundamentais, como a variação nos preços das commodities e o impacto das políticas econômicas globais. O governo Bolsonaro, marcado por uma condução econômica desastrosa e uma política fiscal irresponsável, não conseguiu promover reformas econômicas e investimentos em setores estratégicos, como o atual governo tem feito. Ao contrário, o governo Bolsonaro deixou um legado de ineficiência e retrocesso econômico, com uma política de austeridade fiscal que prejudicou os investimentos necessários para o crescimento sustentável do país.
É importante ressaltar que o governo Bolsonaro, ao longo de sua gestão, foi responsável por uma série de retrocessos no campo das estatais e da economia em geral. Durante esse período, a lógica do “mercado acima de tudo” resultou em uma venda de ativos estratégicos do país, a exemplo da privatização de empresas essenciais, sem garantir que esses processos fossem conduzidos de forma responsável e vantajosa para a população. Além disso, a gestão econômica foi marcada pela ausência de um planejamento consistente e pela intensificação da polarização política, o que minou a confiança dos investidores e aumentou a instabilidade interna.
A manipulação dos dados por parte da oposição, que busca utilizar o déficit das estatais para desacreditar a atual gestão, é uma tática perigosa que ameaça ainda mais a confiança da população e dos investidores na economia brasileira. Ao focar exclusivamente nos números negativos, sem considerar o contexto dos investimentos e os resultados de longo prazo, esse discurso cria um ambiente de desconfiança que não ajuda em nada no processo de recuperação econômica do país. O que o Brasil precisa não é de uma oposição que viva do quanto pior melhor, mas de uma oposição responsável, que critique com base em dados e proponha soluções viáveis para os problemas que enfrentamos.
É fundamental que o debate político no Brasil se afaste da tentativa de usar as dificuldades temporárias como armas políticas e passe a se concentrar nas soluções e no fortalecimento das estruturas econômicas do país. O atual governo tem mostrado resultados muito melhores do que o governo anterior, que deixou um legado de crise e retrocesso. A política de investimentos em setores estratégicos e a busca por um crescimento sustentável são, sem dúvida, passos mais acertados para o futuro do Brasil. Na democracia é importante que a oposição, além das criticas, também contribua com ideias construtivas, para que o país possa, de fato, superar os desafios do presente e se tornar mais forte e competitivo no futuro.
Portanto, a análise do déficit fiscal das estatais deve ser feita com responsabilidade e com uma visão ampla, que considere tanto os desafios quanto os avanços do atual governo. A tentativa de usar números isolados para construir uma narrativa de fracasso é não só desonesta, mas também prejudicial para a confiança e o desenvolvimento do Brasil. O país precisa de um debate sério e construtivo, que promova soluções e olhe para o futuro, em vez de se fixar em críticas vazias e destrutivas.
Bernardo Ariston