Filhotes de gambás são retirados com vida de ‘bolsas’ após mães morrerem atropeladas em Cabo Frio

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Filhotes de duas gambás foram retirados com vida de dentro da bolsa das mães, que morreram atropeladas na manhã desta sexta-feira (24) em Cabo Frio. Os 15 filhotes foram para a bolsa de outro marsupial, onde vão terminar de se desenvolver.

As duas gambás mortas foram encontradas na Rua dos Badejos, no bairro Peró, pela Guarda Ambiental do município durante uma ronda de rotina.

Ao se depararem com os animais, perceberam que as duas gambás estavam com filhotes na bolsinha que possuem na área abdominal, chamada de marsúpio, e logo levaram ao Instituto Larissa Saruê para salvar os filhotes. 

“Esses animais, neonatos, se encontravam no marsúpio, porque, marsupiais tem duas etapas até o nascimento: dentro da barriga, que é a gestação, e fora da barriga, que é o marsúpio, como os cangurus. O tempo de gestação na barriga são 14 dias. Fora da barriga, no marsúpio, são quatro meses. Foi de onde eu retirei esses neonatos, do marsúpio”, explica a bióloga Cristiane Monteiro, responsável pelo instituto. 

A bióloga disse ainda que os filhotes foram para a bolsa de outra gambá para conseguirem ser alimentados sem depender de sonda.

“Como eles não tem boquinha ainda formada, a tetinha vai quase no estômago e a mãe marsupial, a mãe gambá, no caso, vai jogando leite, e eles vão se formando ali. Uma característica importante desses animais é que eles não produzem calor e morrem de hipotermia muito rápido. Chegou uma mãe que foi atropelada, mas essa eu consegui salvar, passou por uma operação, perdeu o globo ocular, então, eu transferi esses animais dessas mães falecidas para uma mãe viva”, contou Cristiane. 

Atropelamentos de gambás são muito comuns na região e, frequentemente, são encaminhadas para o Instituto Larissa Saruê, que presta trabalho voluntário contando com uma rede de apoio de outros profissionais. 

“Quem custeia sou eu, parte financeira, mas eu falo que é uma corrente de todo mundo. É uma corrente da Guarda Ambiental, todos são maravilhosos, de Búzios, Cabo Frio, São Pedro, sempre levando os animaizinhos, preocupados com eles, os biólogos, veterinários…o Instituto não consegue fazer nada sozinho. Minha filha tem 10 anos, me ajuda muito a alimentar os bichos. Em época de reprodução chega a ter 200 filhotes lá em casa, e é uma loucura, pois só eu e ela cuidando dessa parte até eles poderem ser soltos.

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