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Rafael Peçanha explica veto para o aumento de salário dos vereadores e funcionários da Câmara de Cabo Frio

O vereador Rafael Peçanha (PDT), vereador de Cabo Frio, concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal de Sábado, na tarde desta quinta-feira, dia 22. O vereador explicou por foi contra o aumento salarial dos servidores do Legislativo e vereadores. “Eu defendo que a Câmara tem que ‘cortar na carne’”, diz o vereador.

Confira a entrevista completa:

JS – Vamos falar sobre o aumento dos servidores da Câmara e dos cargos eletivos, no caso, os vereadores. O senhor foi contrário ao aumento ou ao modo em que foi encaminhado?
RP – As duas coisas. A gente nunca é contra ao aumento do servidor da Câmara, porque todos merecem aumento salarial, que era previsto no outro Plano de Cargos. Agora o projeto veio com um percentual que só tinha haver com o ano anterior e não com os dois anos anteriores, onde os servidores ficaram sem reajuste e entram também os cargos eletivos, que são os vereadores. Então, que pese o merecimento do servidor em ter seu reajuste pela inflação. Então que pese os dois motivos: primeiro por apresentar um índice que esquecia o ano de 2016 e segundo por aumentar o salário do vereador, que eu particularmente sou contra. Ou seja, manifestei meu voto contrário por incoerência, pois os servidores do executivo vão entrar no terceiro ano sem essa recomposição que também é prevista em lei. Por essas incoerências, manifestei meu voto contrário com bastante tranqüilidade e a consciência limpa de que fiz aquilo que achei que teria que ter feito e faria novamente.

JS – No caso, o presidente da Câmara esquece dois anos. Se desse o aumento para os dois anos anteriores, teria o voto do vereador?
RP – Teria uma chance maior, pois já tínhamos um Plano de Cargos em vigor, antes do que votamos ano passado. Já previa essa recomposição e o presidente colocou somente para 2018, referente a 2017 e esquecendo 2016. Então, somando isso e mais a falta de reajuste dos servidores do Executivo, que vai entrar no terceiro ano, e, a Câmara até hoje não se manifestou sobre isso. Eu não sinto a Casa se mobilizar a favor do servidor municipal nesse ponto. Então, fiz o desafio. O prefeito Marquinho Mendes tem o prazo de Projeto de Lei para fazer essa recomposição para o servidor, lembrando que a prefeitura já deve dois anos antes. Se mandar um texto para a Casa reajustando acumulativamente esses desses valores e a Câmara se mobilizar até lá fazendo essa cobrança, ai eu revogo meu voto. Reconheço que tive a atitude errada, mas na atual situação de incoerência na gestão do município, eu mantenho meu voto.

JS – O país passa por um momento muito difícil e até nas questões políticas. Estamos vendo a Câmara de Cabo Frio em algumas polêmicas como, por exemplo, a construção de um novo prédio. Como que fica? Sente remando contra maré?
RP – Embora a Câmara seja um poder colegiado, eu não tenho muita preocupação com o que está ao meu redor. Faço o que tem ser feito. O que a população de Cabo Frio espera de um vereador. Sem atacar pedras em quem está em volta. Sou contra o aumento para o vereador. Contra a construção do novo prédio, não que a Câmara não precise, ela precisa há muito tempo. O prédio local não comporta mais, mas o momento atual da cidade não permite que isso torne prioridade.

JS – O reajuste foi de 2, 95%, o que representa isso em cima do salário do vereador hoje?
RP – Cerca de $180, pouca coisa. Mas acho que na atual situação da cidade, todo valor a mais ou a menos, ele é decisivo em uma casa e em uma cidade. Temos que pensar muito bem. Eu defendo que a Câmara tem que ‘cortar na carne’, do contrário, não adianta fazer discurso a favor e nem contra, se as atitudes não forem feitas.

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