Cabo Frio: Ex-presidente do Ibascaf afirma que não é pau mandando de ninguém  

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“Uma grande mentira, uma grande farsa, um papel muito nojento o que ele fez comigo. Me desrespeitou”, disse Cardozo sobre Zé Bonifácio 

Carlos Alberto Cardozo de Oliveira, ex-presidente do Ibascaf Cabo Frio, falou, nesta manhã de quinta-feira, dia 10, em entrevista exclusiva, no Bom Dia Litoral com o radialista Ademilton Ferreira, também diretor do Jornal do Sábado sobre seu trabalho na pasta. Além disso, ele falou de sua relação com José Bonifácio, perfeito da cidade, e afirmou que Janio Mendes é mais uma vítima do governante. 

Confira a seguir: 

JS- O senhor estava preparado para inaugurar o Pasmed na próxima sexta, não é isso? 

CA – Sim, mas não posso ir a um lugar onde já não tenho representatividade. Tudo foi eu quem fiz, mas na hora de “registrar a criança” fui covardemente apunhalado pelas costas pelo José Bonifácio. 

JS – Como assim? Pode explicar isso?

CA – Ele mentiu para mim. Teve uma conversa comigo na segunda, rasgou elogios ao meu trabalho e mentiu para mim dizendo que precisava que eu fosse diretor de um setor da Comsercaf. Para lá, eu fazer o trabalho de reciclagem de lixo e caminhão. Falei para o Zé que entendo de burocracia, licitações, não entendo disso. Ele falou que eu iria para lá para ser diretor dessa área de reciclagem, disse que precisava de mim para isso.  Mas era uma grande mentira, uma grande farsa, um papel muito nojento o que ele fez comigo. Me desrespeitou. Não teve gratidão a mim, lealdade e não foi verdadeiro. Eu lamento falar isso de uma pessoa de 76 anos, mas é a verdade. Eu trabalho com a verdade. Para mim ele disse essa situação e para outros disse que estava insatisfeito comigo.

JS – O senhor estava trabalhando para o reajuste dos servidores. 

CA – Na verdade, José Bonifácio é um cara que gosta de usar artifícios em cima da lei e esses são muito perigosos para quem é gestor e ordenador de despesas. Em fevereiro, veio a lei de aumento de recursos a comissionados e contratados de 10.18% e para efetivo 13%, ele tem esse poder e daqui a três meses a líquoda previdenciária vai aumentar para 14%, aí vai dar um novo reajuste. Sendo assim, daqui a três meses ele pretende trabalhar com duas incisões dentro do instituto. Eu quero saber se o próximo presidente, se ele vai ser convincente com isso. Eu disse para o Zé que isso eu não iria fazer e nem permitir daqui a 90 dias. Isso deixou ele insatisfeito, só que ele me exonera com outras justificativas que são mentirosas. Isso é um ponto, porque a gente tem o TCE e o Ministério Público junto da gente. Outro motivo de indistinção  dele comigo foi ele buscar ceder um prédio do Pasmed para o Corpo de Bombeiros, essa medida não pertence a ossada do prefeito. O Pasmed pertence ao servidor municipal de Cabo Frio. O Pasmed foi construído com recurso do servidor e está sobre a responsabilidade do Ibascaf. Eu disse para ele que não poderia ceder, ele é prefeito de uma entidade e o Pasmed outra. A cessão só pode ser feita através daquele que é o gestor. Busquei entendimento e disse que comigo como presidente ele não ia fazer, se ele fizesse a revelia, eu não ia concordar. Isso, logicamente para quem é ditador como ele, é uma insatisfação muito grande, só que eu não sou capacho. Eu não estou lá para fazer o que ele quer, até porque eu tenho um nome na cidade de Cabo Frio e tenho meu CPF para depois o Ministério Público enganchar em cima de mim. Então não funciona desse jeito. Mas ele tem um desdenho pelo MP e os secretários acabam sofrendo com isso, só que quando ele me coloca nessa situação, eu prefiro sair. Quando ele coloca em outro jornal que ele me deu opção de ir para Comsercaf, ele não me deu opção, me encurralou para eu sair, porque queria que eu saísse. 

JS – Pelo que ouvimos o povo falar, a Comsercaf também não está fazendo o seu trabalho. É lixo na rua, sem iluminação nas vias. 

CA – Eu gosto do Heitor, acho que ele faz um bom trabalho. Acontece que ele também é vítima daquele que é o gestor maior. Ele não pode ser gestor apenas de servidor público, me desculpem os servidores que foram anos massacrados por Alair e Marquinho, mas e outros 200 mil habitantes? Ele tem que ter o meio termo, não adianta fazer só a cidade para o servidor. A gente não pode ter um cara que não ouve ninguém, que permite aquele casebre na Praças das Águas, porque não ouviu ninguém. O grupo não tem voz. Ele decide o que quer sozinho. Aí o cara compra uma cobertura de $3 milhões na praia e abre a janela e vê aquela imundície ali, com respeito ao empresário que está fazendo aquilo, mas é uma vergonha. 

JS – Vamos a mais perguntas, o senhor disse que foi vítima de fofoca. Quem é o fofoqueiro? 

CA – Vou preservar nomes. Eu fui sim, mas lamento ter uma pessoa de 76 anos, um cara preparado, que me conhece, sabe da minha integridade moral e não me deixa argumentar a fofoca e veio com uma mentira. Ele me iludiu e queria me encurralar para arrumar um pau mandando que fizesse o que ele queria. Eu não sou pau mandado de ninguém. 

JS – Todo mundo fala que Janio Mendes manda no governo. É verdade que ele pediu para você ficar e Zé não ouviu ele? 

CA – Não é que ele não tenha ouvido Janio, ele não ouve ninguém. Ele é o dono da Prefeitura de Cabo Frio, da cidade somos nós, mas ele faz o que ele quiser, porque a caneta é dele. Na rua, todo mundo fala que Janio manda no governo, é mentira. Janio é vítima desse governo. 

JS – A relação pessoal com o Zé também está estremecida? 

CA – Quando a gente tem expectativa  alta, o tombo também é grande. O Zé Bonifácio nunca foi meu amigo, a gente caminhou no PDT foi com Janio. Zé estava em Arraial do Cabo, a gente foi caminhando com Janio. As coisas caminharam de uma maneira e acabamos indo caminhar com o Zé. Hoje os secretários se distanciam dele por medo, tem medo de abrir a boca, eu não tenho, eu diálogo. Politicamente, claro que vamos nos afastar. Se um dia como homem ele vier falar comigo, nos vamos conversar como cidadões. Não dá para construir algo se não foi respeitado, ele jogou a nossa história política para o ralo. Eu não estou falando isso para depois voltar ao governo, eu vou trabalhar como sempre trabalhei. 

JS – Só para fechar, ele te propôs alguma coisa errada no Ibascaf? 

CA – Não, não. O presidente tem que andar com a lei de baixo do braço, quando você tem alguém que não concorda, há um enfrentamento. Mas fizemos muita coisa boa juntos, parcelamos a dívida histórica da Prefeitura com Ibascaf, então o motivo que ele criou para minha saída podia ter sido verdadeiro. 

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