Palácio das Águias é reaberto no Centro de Cabo Frio

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As belas, e agora restauradas, portas e janelas do Palácio das Águias, em Cabo Frio, finalmente estão reabertas. O prédio, situado na Rua Érico Coelho, 72, no Centro da cidade, foi recebido pela Prefeitura em uma cerimônia realizada na tarde da última sexta-feira (11). O Banco Itaú, que entregou os documentos e as chaves do espaço, custeou integralmente as obras de restauro.

Na solenidade, a Prefeitura de Cabo Frio, por meio da Secretaria Adjunta de Comunicação, exibiu um minidocumentário e uma exposição fotográfica, contando todas as etapas do processo de restauração. Também teve música ao vivo com o violinista Fabrício Martins e o multi-instrumentista Gabriel Leite, além de um coquetel para o público presente.

Entusiasmado com a reabertura do prédio, que é uma das últimas construções remanescentes da paisagem cultural da antiga Rua Direita, o prefeito José Bonifácio agradeceu o presente de aniversário para o município.

“Eu nasci aqui nessa rua e este é um presentaço para os 407 anos de fundação de Cabo Frio. Não me lembro da cidade ter recebido um presente tão incrível como este que o Itaú financiou. A cultura é o bem mais importante. Um país sem reconhecimento da sua cultura, sem reconhecimento dos seus valores históricos e sem investimento nesta área tão importante, nunca irá se desenvolver”, declarou Bonifácio.

Na ocasião, a produtora e ex-secretária de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, Adriana Rattes, apresentou um projeto de ocupação para o novo prédio, que consiste em uma biblioteca parque, pautada com a finalidade de democratizar o acesso ao conhecimento sobre arte e cultura.

O espaço teve sua fachada original restaurada e possui dois amplos salões com uma iluminação especial, prontos para receberem diversas intervenções artísticas. A área externa possui pedras e parte de sua antiga estrutura, com um jardim onde futuramente funcionará um café, além de banheiros com acessibilidade.

O prédio teve as obras iniciadas em janeiro deste ano. No processo, foram encontrados vestígios de antiguidades, como uma quantidade de ossos de animais, moedas, louças, cerâmicas e outros itens, que foram identificados e catalogados por arqueólogos do Museu Nacional.

A intervenção foi realizada pelo Estúdio Sarasá, que é reconhecido em todo o Brasil por obras de conservação e restauração em monumentos históricos. No portfólio da empresa consta o restauro de prédios históricos, como o Teatro Municipal e o Museu do Ipiranga, em São Paulo, e dos vitrais da Catedral de Brasília.

A diretora do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Ana Cristina Carvalho, explicou o papel do instituto no restauro, e agradeceu ao prefeito José Bonifácio pela parceria.

“É um bem muito importante para Cabo Frio, Região dos Lagos e para o estado do Rio de Janeiro. O Palácio das Águias agora está lindamente restaurado. Tudo que o Inepac faz é pensando no melhor resultado possível pro restauro, para que seja melhor qualificado e menos oneroso. Quero agradecer ao prefeito José Bonifácio que o tempo inteiro esteve ao lado do Inepac e nos ajudou a restabelecer nosso escritório técnico dentro da sede da Prefeitura”, disse Ana Cristina.

Também se pronunciaram a gerente de Poder Público do Banco Itaú, Karla Vanessa de Oliveira; o engenheiro civil do Estúdio Sarasá – Conservação e Restauração, Arthur de Queiroz; e a diretora do Sistema de Museus, Acervos e Patrimônio Cultural da UFRJ, Cláudia Carvalho.

HISTÓRIA DO PALÁCIO

O Palácio das Águias foi construído no final do século XIX e é conhecido com esse nome por possuir três estátuas de águias em sua parte superior, que foram trazidas da França na época da construção. Além dos ornamentos, a parte frontal é constituída por três janelas e portas, e um sobrado de metal. Sua fachada tem traços de arquitetura da época do romantismo, de influência europeia.

O local também é conhecido como “Sobrado do Tutu”, apelido dado a seu primeiro proprietário, Tertuliano Ferreira. A construção foi tombada pelo Inepac em 12 de junho de 1989, após um requerimento realizado por uma Comissão Pró-Conservação do local, que obteve mais de três mil assinaturas. Na época, o documento foi recebido pelo governador Moreira Franco, que publicou o ato de tombamento.

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