Polícia conclui inquérito sobre morte de militares da Marinha e Exército carbonizados em São Pedro da Aldeia

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A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte de dois militares da Marinha e do Exército que foram encontrados carbonizados dentro de um carro em São Pedro da Aldeia, no dia 3 de dezembro de 2022. 

As vítimas eram o sargento da Marinha, Sidney Lins dos Santos Júnior, e o sargento do Exército, Júlio César Mikaloski Equey. Eles estavam na região para assistir ao jogo do Brasil pela Copa do Mundo do Catar, que o ocorreu no dia 2 de dezembro. 

Nesta quinta-feira (23), policiais civis da 125ª DP cumpriram mandados de prisão preventiva contra dois policiais militares, lotados no batalhão da Região dos Lagos, que são acusados pela polícia de terem cometido o crime junto com um terceiro homem, que é primo de um dos policiais. 

Em janeiro, o policial militar Alexsander Amorim da Silva foi preso suspeito do crime e estava na Unidade Prisional da PM. De acordo com a Polícia Civil, o outro policial, Marcos Paulo Tavares Ferreira, se apresentou à delegacia junto com um advogado depois que tomou conhecimento de que havia um mandado de prisão contra ele. 

O terceiro suspeito é Luiz Marcelo Amorim Trindade. Segundo a Polícia Civil, ele é primo do PM Alexsander e é considerado foragido.

As investigações apontaram que os militares foram mortos dentro de uma boate e levados de carro para a Estrada da Caveira, localidade conhecida pela polícia como local de desova de corpos. A investigação começou depois que as ossadas foram encontradas carbonizadas. 

Segundo a polícia, duas mulheres que são donas da boate limparam a cena do crime antes que a perícia chegasse. Mas a polícia identificou sangue no local e em uma vassoura ao utilizar o reagente químico luminol. 

O reagente também apontou que havia sangue em um galão de combustível encontrado na mala do carro de um dos policiais presos e em outras partes do veículo.

Após tomarem ciência de estarem sendo procuradas pela Justiça, elas entraram em contato com o MP através de seus advogados com objetivo de isentarem de participação. Elas foram ouvidas remotamente, e confirmaram o que tinha sido apurado pela investigação dando detalhes do ocorrido. 

As duas vão responder por fraude processual. 

De acordo com a Polícia Civil, os dois policiais e o terceiro suspeito vão responder por duplo homicídio qualificado, destruição de cadáveres e fraude processual.

O carro das vítimas foi encontrado queimado com duas ossadas dentro. A placa do carro permitiu a identificação das vítimas e a obtenção da informação de ambos estarem na região a passeio e terem sido vistas por último na casa noturna. 

A polícia identificou que o veículo tinha GPS, que possibilitou traçar as últimas movimentações do veículo até o local onde foi encontrado. Baseados no trajeto apontado pelo GPS, os agentes coletaram imagens de câmeras, que identificaram a participação de um veículo Peugeot azul seguindo o veículo das vítimas.

As informações identificaram o policial Alexsander como o proprietário do carro azul. As câmeras mostraram que o carro azul seguia o carro das vítimas e registraram o veículo passando no trajeto e horário compatíveis com o retorno do local de onde as vítimas foram carbonizadas. 

E através de análise telefônica das linhas dos suspeitos, foram identificadas conversas entre uma das proprietárias da boate e o policial envolvido. 

Durante as investigações, houve o cumprimento de mandados de busca e apreensão. 

Na ocasião, foram apreendidas as armas de fogo e celulares dos policias militares para possíveis perícias. Também foi apreendido o carro usado pelos autores ao local que as vítimas foram carbonizadas.

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